CANTANDO E ENCANTANDO O PÚBLICO MIX

Sinônimo de “calmaria” e diversão os BARZINHOS são na maioria das vezes bem visitados, geralmente os clientes destes locais se conhecem uns aos outros formando uma confraria de amigos(as). Estes locais atingem pouco mais de 30% de toda a comunidade GLBT, todavia, dificilmente entram em crise, pois o público é de uma fidelidade ímpar, até mesmo os casais que dificilmente procuram diversão nas baladas noites e são assíduos a estes locais certos do respeito para com eles. Já os solteiros e solteiras encontram mais probabilidade de encontrar a sua CARA-METADE, uma vez que são locais claros e de som ambiente o que facilita a comunicação...

Seletivas e discretas, a COMUNIDADE LÉSBICA na sua maioria prefere BARZINHOS de música ao vivo, onde a predominância maior é do público feminino, mas não só as mulheres costumam ir a esse locais, 30% é de homens, na sua maioria DECIDIDO e RESOLVIDO, dispostos a uma conversa madura e real, distante do mundo da pegação e da fechação e abertos a um relacionamento com bases sólidas. A grande COQUELUCHE da Boa Vista é o NOSSO JEITO BAR que consegue AGREGAR um público MIX, onde a atração são conhecidas interpretes da MPB que arrastam para seus shows, verdadeiras CARAVANAS de fãs que a cada nova apresentação, novos adeptos aderem a seus encantos. O ANTENA MIX destaca algumas dessas celebridades e apresenta para vocês, cata só!!!

AS VOZES FEMININAS DO RECIFE

JAINA ELNE – Ela é poderosa e também a mais potente VOZ feminina do Recife, onde na opinião do ANTENA MIX é a melhor cantora do Circuito GLBT e Simpatizante. Essa Jaina ENTENDE do babado e sabe exatamente o que o público quer ouvir, abusa nas notas musicais e tem um repertório Show!!!

FABÍOLA ALVES – Ela é assumidamente homossexual e dona de uma possante voz, encanta com pérolas e os Hit’s preferidos do público MIX que são as músicas de Ana Carolina, Cássia Eller e outras DIVAS da MPB. Segundo Fabíola, o público MIX é a sua cara e fala a sua língua, concluindo que é tão versáteis conto ela. Com 12 anos de carreira sempre foi hábil tocando violão o que julga ser seu verdadeiro parceiro. Seu estilo é o Pop/Rock.

ANDRÉIA LUIZA – É batalhadora e otimista, começou seu passos há 8 anos como profissional dando CANJAS em grupo de amigos músicos. Andréia faz o estilo MPB/Pop e tendo como referência local Isabela Moraes. Apesar de não ser homossexual vê no público MIX uma grande CONFRARIA de amigos e costuma arrastar uma caravana de fãs para as suas apresentações. Reza a lenda que se um novo estabelecimento ENTENDIDO quiser entrar no CIRCUITO e for conhecido, basta contratar Andréia Luiza, pois ela faz das tripas coração para que o bar fique bem na FITA, seu poder de fogo encontra-se na DIVULGAÇÃO não só de seu trabalho e sim na informação de onde encontrá-la CANTANDO e ENCANTANDO. Vou ficando por aqui, mas antes confiram os click’s feitos por aí!!! Na ocasião da performance de Andrômeda (guardem esse nome, pois é a mais nova surpresa. A bonita faz um MIX de carão, corpão e atitude), o Stripper Kaike Ballaki com apresentação da Musa do henê Diamapon na TBV. Na Metrópole rolou uma BALADA mágica, destaque para o capricho e bom gosto da decoração assinada por Fred Castro para a festa temática Are Baba - Arrastando o Sari. No Nosso Jeito Bar o precioso canto de Andréia luiza. Fuiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!

ELZA SHOW A PÉROLA NEGRA RECIFENSE

Ela é unanimidade numa geração que há quarenta anos bate ponto onde Elza Show estiver, é uma turma de boêmios que tem várias histórias para contar dessa talentosa cantora, transformista, pioneira e resistente desde o tempo onde se vestir de mulher não era mole não!!! O ANTENA MIX conferiu de pertinho a homenagem que Vicente Neto, Horácio barros e Higino Américo aprontaram pra ela na sauna masculina Progresso Clube... Elza é como um bom wisky legítimo numa tarde maravilhosa, onde não fazer nada não é tédio e sim estar em PAZ. Fomos atrás daqueles boêmios que tem algo a dizer a respeito de Elza Show... Para Vicente Neto (Imperatriz) a Elza é a Saputi do Miranda, referência da época de sua performance no extinto Bar e Restaurante Canto Carmem Miranda, e hoje ainda brilha nas noites recifenses. Para Manuela ela é o ponto alto de uma geração artística GLBT... O Ator e transformista Odilex compara á um ícone, por ser um artista da resistência, sábias palavras de Odilex, sempre transparente e verdadeiro... A mesma opinião tem Mauro Mangueira, empresário e tiete de carteirinha de Elza. Quem pegou pesado foi Renildo ao afirmar que Elza é tudo que uma boa biba gostaria de ser, sabe oque??? UM ARTISTA DE VERDADE!!! O ANTENA MIX se fez presente e encomendou uma ficha corrida dessa Pérola Negra e quem vai dar o TEXTO é Vicente Neto, cata só!!!
HOMENAGEM DE VICENTE NETO
Elza nasceu de uma família simples, mas estruturada. Foi se descobrindo aos poucos e tomando certas atitudes e posições, assumindo o seu lado feminino, sua identidade de gênero: mulher foi descobrindo suas habilidades nos afazeres domésticos. O que mais gostava de fazer era cantar. Cantava tanto que as pessoas que passavam por ali, a aplaudiam e lhe aconselhavam, “procure um lugar para mostrar sua voz, você tem talento para música.” Mas a repressão existia, o preconceito, e a homofobia era muito forte para uma pessoa tão simples, inexperiente e frágil, seguir o seu Talento. Certo dia, uma de suas amigas, Bezinha, resolveu falar com um amigo que tinha um Bar em Porto da Madeira, Beberibe, o Mário. Contou-lhe a história de Elza; ele achou comovente e pediu um tempo para pensar... Poucos dias depois, Mário manda um recado para Bezinha, dizendo para trazer Elza para fazer um teste. Fez o teste e foi aprovada. Porém o dono da casa lhe fez uma exigência, só cantar músicas do repertório relacionadas à Dalva de Oliveira, pois, a casa se chama Cantindo da Dalva de Oliveira, a qual existe até hoje. Elza então foi pra casa e começou a ouvir músicas do repertório da Dalva de Oliveira. Depois de está preparada começava o grande desafio. Surgia uma nova interprete da música popular brasileira nas noites recifenses, que ficou conhecida especificamente, como “Elza Show”, pelo repertório característico da casa e principalmente pela sua apresentação que é um verdadeiro SHOW! Começa a surgir convites para Elza se apresentar em outros lugares, novas propostas, novas oportunidades. Sinal de que o sucesso estava chegando... Nesse período conhece uma nova amiga, na mesma situação, a inesquecível Lana Bittencourt. Ambas se apresentaram nas noites, nos mesmos bares, mas com repertórios diferentes e distintos... Elza cantando Dalva de Oliveira e Lana Bittencourt cantando Ângela Maria.
DÉCADA DE 70
Elza começa cantando no “Cantinho da Dalva de Oliveira”, em Porto da Madeira, em Beberibe.Tendo sua primeira produção dada pela amiga Bezinha.
- Depois passa a se apresentar no Bar Lamê, na Orla de Olinda, onde faz muito sucesso com o repertório que aprendeu, foi seu primeiro convite para cantar fora. Passou uma temporada de mais de dois anos.
- Chega com mais sucesso e vai se apresentar no Bar Las Vegas, também na orla de Olinda, puro sucesso, casa lotada e público fiel. Outra temporada de aproximadamente mais dois anos.
- Finalzinho dessa década começa a cantar no Bar Eu e Tu, também na orla de Olinda e com aquele fervor da jovialidade e do sucesso. Outra temporada de dois anos.
O interessante é que todas essas apresentações, Elza nunca deixou sua apresentação das sextas-feiras no Cantinho da Dalva de Oliveira, era sagrada, porém, seu repertório já estava muito eclético, cantava Dalva, Ângela Maria, Núbia Lafaiete, Alcione e outras mais.
DÉCADA DE 80
- Elza dá um pulo alto, sai da orla de Olinda e vem cantar no Bar Veneza, Av. Norte – Rosarinho, onde o sucesso é total e seu público fiel lhe acompanha. Outra temporada de mais dois anos.
- Sai do Cantinho da Dalva, por questão de disponibilidade. Sucesso já era seu nome. E é nesse período de vida, que mesmo com todo sucesso, conhece um cara, que passa a lhe acompanhar, seu novo amor, seu companheiro, também boêmio e que lhe acompanhou em muitas noitadas...
- Começa outra temporada no Bar Boca Livre, também na Av. Norte; fazendo um repertório bem diversificado para seu público fiel.
- De repente, deu à louca na cabeça da Elza e ela dá um passo mais largo, vai cantar no Bar do Dau, na Ilha de Itamaracá, numa temporada de quase três anos.
- Resolve então voltar para sua cidade, Recife e dessa vez fecha um contrato com temporada de dois anos na Churrascaria Alvorada, no Derby.
- Sem esquecer que fez todos os finais de ano, shows exclusivos na Penitenciária Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá.
- Sem esquecer que cantou na primeira Boate Gay de Recife, a Stock, que ficava por trás do Cinema São Luiz, da proprietária Dourinha. Pra quem não sabe Dourinha foi à primeira mulher a investir no mundo gay aqui em nossa cidade e tem mais, nessa época, o cabeleireiro Moacir Freire era quem fazia toda sua produção: cabelo, maquiagem e produção. Ainda hoje, Moacir conta com emoções os momentos vividos naquela época. E isso é muito bom. São depoimentos vivos.
- Canta agora no final da década (1988) no Bar Drayvinho, novamente na Av. Norte. Neste período, conhece um rapaz, Medeiros; pelo qual se apaixona e vive maritalmente até hoje.
DÉCADA DE 90
- Novamente volta para o Cantinho da Dalva de Oliveira, cantando todas as sextas-feiras, agora com um repertório novo e eclético; cantando o que seu público lhe pede...
- Outra temporada, acontece no Bar do Encontro (1992/1994), na Av. Norte. Sempre um sucesso por onde passa.
- Participa ativamente de carnavais de rua, cantando marchinhas antigas, nos bairros de Água Fria, Beberibe, Encruzilhada e outros...
- Por volta de (1996), faz novo contrato no Bar Savoy, na Av. Guararapes, no bairro de São José, juntamente com sua inesquecível amiga Lana Bittencourt. Essa temporada foi muito calorosa e anos depois se dá a separação das duas. Lana precisou passar uma temporada fora a convite. CHEGA A VIRADA DO MILÊNIO, SÉCULO XXI...
- Continua cantando no Cantinho da Dalva de Oliveira. Canta em outros bares sem nome e que a mesma não lembra agora.
- Surge então o Cantinho Carmem Miranda, do mesmo proprietário do Savoy, onde Elza tem pauta todas às quintas-feiras a partir das 22 horas. Nessa temporada de quase dois anos, ela foi apelidada de “A Sapoti do Miranda”, uma homenagem que permanece até hoje, entre seus fãs, numa comemoração de seu aniversário lá. Nessa temporada, Elza trabalha com a Imperatriz (nas sextas-feiras, com o show boy fantasy) e a Malvina Falcons (uma das couver de Mª Bethânia, aos sábados). Foi uma época de ouro, sucesso e muito amor, nessa temporada, conseguimos voltar às duas amigas: Elza e Lana cantaram juntas umas das mais belas canções: “Ave Maria do Morro” (Erivelton Martins).
- Acaba o Cantinho Carmem Miranda e a Imperatriz conversa com Serjane D’par e trás sua amiga Elza Show para cantar Termas Center (2003/2005), foi uma temporada de quase três anos, onde Elza cantava nas quintas-feiras. Sem deixar o Cantinho da Dalva nas sextas-feiras. Neste período acontece uma coisa muito chocante, Elza perde uma grande amiga, Lana Bittencourt, que dormiu e nunca mais acordou, com certeza, hoje ela está lá em cima e feliz por nós.
- Não podemos esquecer que depois dessa temporada, Elza também fez show no club 111, a convite do proprietário Evaldo, que também é seu fã.
- Atualmente, Elza canta todas as quintas-feiras aqui na Progresso Clube, ao lado de Gil Cordas, onde é um sucesso de parada. Nos sábados, faz temporada em um bar em Santo Amaro, que agora me foge o nome.
Hoje, estamos aqui, em mais um aniversário da Elza Show, onde ela interpreta músicas não incluídas no repertório, a pedido dos fãs e amigos presentes; pois bem, Elza, cante mais para nós, mas antes disso, vamos registrar algumas pessoas que marcam a vida dessa Estrela, estão presentes: os proprietários da casa: Sergio Manso, Manuela Duarte e Renildo, a amiga e inseparável Bezinha, o cabelereiro Moises Sales, Horácio Barros, nosso cabeleireiro e maquiador Higino Américo e tantas outras que estiveram presentes...