Como um exemplo de manifestação artística do meio GLBT, temos as Drag Queens, personagens de coloridas e maravilhosas performances musicais. É quase de lei ter pelo menos uma nas boates. Muitas vezes comediantes, trazem para o palco, em forma de divertidas piadas, os costumes, o cotidiano da gente. Todo gay sabe o que é uma Drag Queen, ela faz parte da nossa cultura. Mas será que essa cultura também é comum para o grande público? Provavelmente não. Direcionado para esse grande público, temos visto nas últimas novelas personagens homossexuais inseridos no elenco, como o Cássio (Marco Pigossi) de “Caras e Bocas”, o casal sem tesão de “Paraíso Tropical”, o Junior (Bruno Gagliasseo) de “América”, que segurou a galera na Globo até o último capítulo na espera frustrada de um SIMPLES beijo e também a Eleonora (Mylla Christie) e Jenifer (Bárbara Borges) de “Senhora do Destino”, duas garotas lindas e femininas cheias de erotismo, da mesma forma que vemos se repetir nas tramas globais (cadê as fanchas bofinhas?) Teve gente na roda que considerou essas aparições, como nossa marca nessas produções. Também havia gente que pensava diferente, que acha que eles não nos representam de fato, afinal, quando aparece algum GLBT na novela, em sua maioria, são personagens estereotipados sem um aprofundamento na nossa cultura, não frequentam lugares gays, não promovem uma discussão sobre sua sexualidade, conseguem adotar um filho com a maior facilidade e não sofrem homofobia. No campo das músicas temos nossa idolatrada Lady Gaga, com seu último clipe Alejandro, com muita subjetividade fazendo uma crítica aos meios opressores à homossexualidade (a igreja e o militarismo), os ícones Maria Gadu e Ana Carolina, dando o nome das lésbicas na MPB. No meio das letras, temos o escritor Caio Fernando Abreu, exibindo em alguns de seus contos, relações homoafetivas e reações discriminatórias homofóbicas. Temos que saber identificar que produções são essas fomentá-las, realizá-las, divulgá-las nos grandes meios de comunicação colaborando com o movimento e fortalecendo a nossa Cultura Gay. Qualquer um pode fazer isso.
Fonte: http://www.arco-iris.samos.kinghost.net
O QUE É, AFINAL DE CONTAS, A CULTURA GLBT?
Por Leonardo
Alguém diz “cultura gay”, e alguns do próprio meio perguntam: mas que cultura? Ser homossexual ou GLBT é algo muito genérico, e a verdade é que quase não dá para encaixar num grupo tão amplo a mesma preferência cultural, mesmos valores, mesmos princípios, mesma atitude. Mas existe, sim, uma cultura gay – talvez advinda dos guetos, talvez desenvolvida em alguns outros meios, mas que não se restringe a eles (porque não se ouve Ana Carolina e Lady Gaga só em bares e boates). Num gueto (ou lugar gay) se vê do pobre ao rico, do intelectual ao subcultural. E isso é, de fato, uma maravilha. Pessoas diferentes convivendo bem num só lugar unidos pela identidade social da diversidade sexual. Às preferências culturais, deixo minha homenagem, porque gosto muito. Divas do pop, cantoras da MPB, cinematografia alternativa, lado B e “de arte”, bares e restaurantes, em minha opinião, de ambientes mais tolerantes. Cultura de internet – é, porque nossas notícias não saem na mídia tradicional, só em portais e sites especializados: blogs, sites, fóruns, chats etc. Chegam a ser curiosos alguns grupos que surgem: lésbicas vegetarianas que jogam sinuca, os ursos fortes, gordos e peludos entre outros. Essa nossa cultura GLBT de gueto e de fora do gueto também é nosso ponto de convergência social. Onde GLBT’s se identificam com GLBT’s – onde surge a conversa sobre algo de interesse comum. É quando construímos nossa identidade social, e quando nos damos conta, como grupo social, dos direitos humanos que nos são negados – e tiramos força para lutar por isso nos apoiando mutuamente.
É quando “ser gay” se torna gostoso, divertido e humano. Deve ser daí que vem o “orgulho gay”: orgulho de ser forte, de enfrentar a sociedade por amor próprio e pelo cônjugue, de vivenciar o próprio gênero. De viver a própria vida, apesar do preço que se paga numa sociedade preconceituosa – e ser feliz pelo que se é. Fonte: http://notasimpacientes.wordpress.com